quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Terceiro Capítulo - A NOITE ESCURA

A origem de tudo, segundo os conceitos científicos e religiosos, partiu das trevas. Mas estas trevas são completamente diferentes do nosso entendimento e mergulham em conceitos metafísicos.

O "Big Bang", por exemplo, partiu de uma condição extrema de calor e densidade da energia. Isso, no meio físico e temporal finito em que vivemos, representa luz, claridade. Mas claridade numa condição tão densa, que se faz trevas, pela intensidade de sua radiação, ao olhar humano. Ninguém suportaria dirigir seu olhar a uma radiação luminosa dessa categoria sem danificar sua visão e trazer à sua vida a maior das escuridões.

Essa luz, aos filósofos, fala de origem também. É uma luz diferente, conceituada por São João da Cruz no seu poema "A Noite Escura da Alma". É a escuridão da alma diante de Deus. Da alma contemplativa que precisa galgar moradas como conta Santa Tereza de Ávila.
Nesse estágio de contemplação, nada compreendemos e nada sabemos. Caminhamos em plena escuridão da consciência e exploramos momentos extremamente densos e quentes nas emoções experimentadas, sem contudo ter o domínio da situação nem o conhecimento das causas. Podemos dizer até que luz e trevas se confundem, não permitindo, sem um grande conhecimento da verdade, o discernimento espiritual. Vale nessas ocasiões, submeter-se ao profundo acompanhamento de um conceituado mestre, conhecedor profundo das ciências religiosas.

As trevas, como uma noite muito escura, acompanha o ser humano em todas as suas experiência em busca da felicidade. Bem, porque, esse prazer não se constrói sem antes passar por dores e perdas. Esse prazer que buscamos ardentemente é pautado por conquistas, que vão desde o conhecimento interior da alma que sofre com a perda do elo com o criador, até a chama que brota do conhecimento da verdade da palavra divina.

E Jesus, na sua intensidade cristológica, imersa na Santíssima Trindade, conforme a doutrina da Igreja Católica, nos remete ao pleno entendimento da felicidade, conforme os seus ensinamentos descritos nos Evangelhos e nos promete o Reino de Deus, como algo a ser alcançado pela santificação.

A felicidade, uma busca pessoal e constante, experimentada também de uma forma única, por cada ser humano, desde que somos únicos na unicidade com o Criador e únicos na natureza divina e na natureza material.

Isto posto, podemos imaginar, que a busca da felicidade se funde com a busca dos nossos caminhos, dos nossos meios e das nossas origens.



Próximo capítulo: Teoria do Genero - o mundo bipolar - Gênesis - Faça-se - O verbo - 

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